top of page
Maquete Pantaleone Arcuri. A fachada é composta por um volume central alto e dois volumes laterais menores. O volume central dispõe de uma grande entrada arqueada com colunas cilíndricas nas laterais. No topo da abertura, há um vitral e um grande letreiro abaixo com os escritos “Pantaleone Arcuri & Spinelli. Estrada das Oficinas”. Acima da entrada, há quatro elementos decorativos circulares e três bandeiras estendidas. O volume dispõe de uma platibanda ornamentada, há uma estátua nas duas extremidades. As estátuas são o tronco de uma figura humana com um dos braços levantado e apoiado no elemento decorativo acima. No topo da platibanda há uma grande estátua de uma mulher usando uma túnica grega,  erguendo um tocha com a mão esquerda. Os volumes laterais possuem uma porta alta retangular com um elemento decorativo triangular acima. No topo, há uma platibanda reta com um ornamento pontiagudo nas extremidades.

Pantaleone Arcuri

A partir do final do século XIX, o desenvolvimento econômico e urbano de Juiz de Fora contou com a forte participação dos imigrantes. Na área da construção civil destacavam-se os imigrantes italianos. O principal construtor civil da cidade na época, o italiano Pantaleone Arcuri, mudou-se para Juiz de Fora após trabalhar como pedreiro no interior dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em 1895, junto com seu cunhado Pedro Timponi, fundou a Companhia Pantaleone Arcuri & Timponi. Tendo em vista que muitos dos funcionários da companhia eram italianos, a empresa também servia para estes trabalhadores como a "porta de entrada" na cidade. Em abril deste ano, foi aprovada a solicitação da firma para a construção de um complexo habitacional e industrial na rua Espírito Santo. A construção servia de acesso às oficinas no fundo do terreno. Em seu interior funcionavam lojas de ferragens, telhas, artigos sanitários, tintas, além de possuir áreas de depósito e armazéns. Eclética, com fortes influências da arquitetura clássico-renascentista italiana, possuía  a forma de um pórtico. Em 1898 José Spinelli, cunhado de Pantaleone, tornou-se sócio da companhia que passou a ser denominada como Pantaleone Arcuri, Timponi & Cia. Contudo, em 1900 Pedro Timponi desfez a sociedade e o nome da firma passou para Pantaleone Arcuri & Spinelli. O antigo complexo foi um dos principais cartões postais da companhia, tendo sido exibido em uma série de exposições internacionais na época. Estima-se que a edificação principal tenha sido demolida antes da década de 30.

Conhece mais um pouco sobre a história deste edifício? Contribua e deixe seu comentário no post oficial desta maquete:

Patrocínio e Apoio

A exposição Cidade Oculta é Financiada com recursos da Lei de Incentivo a Cultura Murilo Mendes, administrada pela FUNALFA e mantida pela Prefeitura de Juiz de Fora. 

Enriquecendo ainda mais este trabalho, outras 10 instituições privadas apoiaram a exposição. Cada uma delas está vinculada ao apoio de execução e pesquisa de um edifício específico. 

A Construtora Brixmart apoia o resgate da memória da Pantaleone Arcuri. Mais que uma construtora, a Brixmart é uma marca criada por pessoas que entendem que a realização de um sonho envolve muito mais do que concreto e tijolos. É qualidade, know-how, tecnologia, mas também é presença, atenção, parceria e excelente em todos os momentos.

BRIXMART.png
Fragmentos Narrativos

Sobre a Estátua do Frontão

 

O estabelecimento tem o aspecto imponente, com sua bella architectura, tendo em cima do centro da entrada, uma estátua, representando a Indústria, com um foco electrico seguro na mão esquerda, e assim como um bello meridiano solar, alem de possuir tambem uma linha de bondes com troly, para fazer os serviços interiores da officina. Este edificio foi expressamente construido pela firma, e pertence à mesma; tendo 22 metros de frente por 80 de fundos (INDÚSTRIA, 1900 apud MOREIRA, 2007, p.169)

 

Transcrição  das páginas 54 e 55 do livro Ornamento, ponto e nó: da urdidura pantaleônica às tramas arquitetônicas de Rafael Arcuri de Marcos Olender, 2011.

 

Pantaleone se associou ao seu cunhado, Pedro Timponi, em  1895, para formar a firma Pantaleone Arcuri & Timponi. Além de Domenico Sirimarco, que trabalhou com Pantaleone até fim de 1895, quando embarcaria para Buenos Aires, vários outros italianos trabalharam  para a firma do construtor calabrês. Uma boa parte destes operários era contratada na própria Itália e vinha direto para Juiz de Fora circulando por um esquema alternativo ao da simples imigração. Algo parecido com o que deve ser acontecido com o próprio pai de Pantaleone quando da sua vinda para o Brasil, em 1876.

O abrigo desses operários seria, inclusive, o motivo da segunda solicitação de obras feita pela firma dos Arcuri & Timponi à prefeitura da cidade, ainda no início de 1895. Datada de 05 de abril do mesmo ano e encaminhada por Antônio Spinelli (sic) e Pantaleão Arcuri (sic), demandava a aprovação para a construção ‘em um terreno de sua propriedade, à rua  do Espírito Santo d’esta cidade, [de] uma casa própria para habitação de operários e que tinha todas as condições hygienicas recomendadas’. O pedido foi, porém, inicialmente indeferido, porque, diferente do que ressaltava o texto, como já apontaram Sônia Miranda e Maraliz Christo, não foi bem isso avaliou o perito: [...]

 

(OLENDER, 2011, p.54)

 

A solicitação foi finalmente atendida em 26 de abril do mesmo ano, depois da apresentação de um “novo projeto nas condições de ser aprovado”. Segundo o que informa Luiz Antônio Passaglia, o projeto em questão correspondia ao pórtico esquerdo e menor do complexo industrial construído por Arcuri na rua Espírito Santo. Junto a este seria construído um conjunto maior, composto pelas lojas e oficinas da firma, também aberto por uma fachada em forma de pórtico, congênere, mas maior do que a primeira. Este complexo industrial e habitacional era um dos orgulhos da paisagem urbana local sendo, portanto, também eternizado em postal. Hoje em dia só resta, justamente , a parte habitacional e, mesmo assim, significativamente alterada, com acréscimo de mais um pavimento.

 

A localização deste complexo era estratégica, vizinho à grande fábrica têxtil de Bernardo Mascarenhas e à sede da Companhia Mineira de Eletricidade de onde se distribuía a energia elétrica provinda da usina de Marmelos para as indústrias localizadas na região, entre elas as oficinas de Pantaleone.

(OLENDER, 2011, p.55)


 

Noticiário A Noite Ilustrada 14/11/1939- A visita do embaixador da Itália às instalações da Companhia Industrial e Construtora “Pantaleone Arcuri”, em Juiz de Fora

 

A antiga firma Pantaleone Arcuri & Spinelli, fundada, em 1895, sempre se dedicou ao ramo de construções, mantendo o seu depósito de materiais de construção, uma fábrica de ladrilhos hidráulicos e uma grande serraria. Em 1919 constitui-se em Sociedade Anonima, tendo sido sua primeira diretoria: José Spinelli, diretor-presidente: Pantaleone Arcuri, diretor-gerente; Rafael Arcuri, diretor-tecnico, e Antonio Spinelli, diretor-auxiliar. [...]. Funciona em estabelecimentos próprios, cujos prédios ocupam o quarteirão inteiro, entre as ruas Espírito Santo e Dr. Paulo de Frontin. No seu edifício principal funciona a sua grande loja de ferragens, artigos sanitários, tintas, oleos, etc. Possue um extenso depósito de madeira e materiais diversos para construção , com desvio para carga e descarga de vagões da E. F Central do Brasil. Com o falecimento do socio fundador José Spinelli, a diretoria da Companhia constituiu-se do seguinte modo [...].

 

Os principais edifícios de Juiz de Fora tem sido construídos pela Companhia, que mantem um departamento técnico dotado das mais modernas instalações, para os trabalhos de orçamentos, desenhos e feitura de plantas, a  testa do qual acham-se o arquiteto Raphael Arcuri e os engenheiros Reginaldo e Arthur Arcuri, todos filhos do Comendador Pantaleone Arcuri.

Sem título-1.png
Referências Bibliográficas

OLENDER, Marcos. Ornamento, ponto e nó: da urdidura pantaleônica às tramas arquitetônicas de Rafael Arcuri. Juiz de Fora: Editora Ufjf, 2011. 312 p.

 

MOREIRA, Ana Carolina Gamarano. O Castelinho dos Bracher: herança arquitetônica e artística em Juiz de Fora. 2017. 188 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6597 


MOREIRA, Danielle Couto. ARQUITETURA FERROVIÁRIA E INDUSTRIAL: O CASO DAS CIDADES DE SÃO JOÃO DEL-REI E JUIZ DE FORA [1875-1930]. 2007. 306 f. Dissertação (Mestrado) -

bottom of page